
Como toda banda que se prezava, era necessário possuir alguns instrumentos de qualidade ainda que mediana. Nos anos 80, aqui no Brasil, era muito difícil conseguir um bom instrumento e um bom equipamento a preço acessível! Fender, Gibson, Marshall, Boss... isso tudo era um sonho muito distante! Sendo assim, dentro do possível, alguns equipamentos foram sendo adquiridos, uns emprestados (graças aos amigos da banda), outros comprados em infindáveis prestações que por pouco não se estenderam até os dias de hoje.
E para aqueles que atualmente, só tocam se a banda possuir um “Rider Técnico” razoável, segue aqui a “lista de aparelhos” usados pelo C-13, que por sinal, provavam que o Rock n´Roll supera qualquer obstáculo. Para isso dividirei essa fase em duas “Eras Paleozóicas”:
Era pré-Ivan
- uma guitarra tonante pintada de preto com spray pelo próprio Celso, e cheia de figurinhas (daquelas que vendia em bancas de jornal), com um braço que pesava mais que a própria guitarra;
- uma guitarra sem marca que tinha o corpo de uma Les Paul, toda pintada ao estilo Eddie Van Halen (preta, com listas amarela). O braço dessa guitarra era tão grosso que era impossível fazer mais de duas pestanas seguidas sem ter um problema nos tendões;
- um pedal misto de distorção e wah-wah para guitarra, também emprestado pelo Davi, irmão do Denis!
- dois microfones LeSon, um preto de plástico, que hoje é usado em máquinas de karaokê, e um prateado, que era imitação barata do Shure (que representava um avanço, já que nos primeiros ensaios, Celso cantava sem microfones);
- um contra-baixo Gianini, emprestado de um amigo evangélico chamado carinhosamente de “Preto”;
- um belo amplificador da Palmer, valvulado, comprado a suaves prestações por Valter, na época em que era office-boy;
- um “super possante” amplificador marca Mikassin, de 50W;
- uma bateria perolada, marca STAR, que Denis tocava, apenas usando um prato, bumbo, caixa e um ton-ton;
Era Pós-Ivan
Com a chegada do Ivan as coisas melhoraram um pouco! Ivan tinha em sua posse uma linda Gianinni Stratocaster branca! Como seria o baixista não precisava dela, foi aí que Valter (o Rei das Tramóias) fez uma proposta para o amigo “Preto” (dono do contrabaixo) e após a compra do contrabaixo, trocou-o com Ivan pelo que seria, até hoje, sua guitarra favorita! É evidente, que Valter mexeu um pouco no visual de sua guitarra. Encheu-a de fita isolante, imitando as listas pretas da guitarra de Eddie Van Halen, colocou uma captação importada da DiMarzio, alavanca Floyd-Rose, colocou as tarrachas de cabeça para baixo, comprou pedais da Boss e uma câmara de eco quase caseira, que foram conquistados com suor e lágrima, também em prestações a perder de vista. E o pior de tudo, é que ele conseguiu construir uma réplica da guitarra do Eddie.
Ivan trouxe também um microfone da Shure que deu mais qualidade e fidelidade ao vocal de Celso, o que fez de Denis, um excelente “2ª voz” (naquele tempo o McDonald´s ainda não havia “americanizado” a Língua Portuguesa, e “backing vocals só existiam em bandas “gringas”), e um pedal de distorção chamado Big Muff (o mesmo modelo usado por Jimi Hendrix).
Para o baixo, havia duas enormes caixas de som ligadas a um cabeçote valvulado potente. Só ele dava conta da pegada pesada do Gesse Butler de São João Clímaco, Ivan.
Sr. Luiz, chamado carinhosamente pela banda de “paizão”, percebendo que a “brincadeira” estava ficando “séria”, tratou de ajudar o filho e comprou uma bateria decente que completou o arsenal de armas da Banda!

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