sábado, julho 14, 2007

56. As Gravações em MP3

CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E ESCOLHA A OPÇÃO
"SALVAR DESTINO COMO..."
1 - Eterno Amanhecer
Gravada em 1986 no Estúdio Cameratti
Santo André - SP
2 - Sombras do Passado
Gravada em 1986 no Estúdio Cameratti
Santo André - SP
3 - Como é Bom Tocar o Blues
Gravada em 1992 no Estúdio Phonovox
Santo André - SP
4 - Eterno Amanhecer
gravada em 1998 no Estudio Montal Company
São Caetano do Sul - SP
com Jairo William na guitarra

quarta-feira, julho 11, 2007

55. Não Sei de Nada

Uma homenagem aos doentes mentais, mostrando a realidade de uma mente insana, com esquizofrenia. A confusão mental enfrentada pelos pacientes, porém exposta nessa letra de uma forma mais satirica. Com essa letra, Celso tenta mostrar que todos nós temos uma dosagem de loucura.

por Celso Montal

Não sei se vou pra casa, não sei se vou sair
Não sei se paro agora, não sei pra onde ir
Não sei se faço a barba, se corto o cabelo
Não sei se olho a rua, se olho no espelho

Não sei se dou um beijo, não sei se dou um abraço
Não sei se é mais pra cima, não sei se é mais pra baixo
Não sei se é saudade, não sei se é paixão
Namoro ou amizade, talvez só curtição

Não sei de nada, e nada eu já sei - 2x

Não sei se danço reggae, não sei se danço mambo
Não sei se voto nulo, não sei se voto em branco
Não sei se ouço Beatles ou Sidney Magal
Não sei se é velório, não sei se é carnaval

Não sei se ponho roupa ou se saio pelado
Não sei se vou dormir ou se fico acordado
Não sei se é polícia, não sei se é ladrão
Não sei se é Maria, não sei se é João

Não sei de nada, e nada eu já sei - 2x

Não sei se é moderno, não sei se é cafona
Não se vou pra igreja, não sei se vou pra zona
Não sei se faço sexo ou se vejo novela
Se acendo um cigarro, se acendo uma vela

Não sei se vejo a Hebe ou se vou pro cinema
Não sei se quero loira ou se quero morena
Não sei se lavo o rosto, não sei se escovo os dentes
Não sei se morro rico ou morro indigente

54. Vida Alheia

Essa música foi escrita baseada na vida, do começo ao fim, mostrando toda a jornada de um homem desde o nascer até o ultimo dia de sua vida. Celso Montal procurou montar uma rotina usando e abusando de substantivos
por Celso Montal
Mulher, sexo, paixão
Beijo, abraço, aperto de mão
Noivado, casamento, festa, nascimento
Criança, dinheiro na poupança
Casa, comida, roupa lavada
Família, stress, mulher pelada
Dívida, escola, fadiga, obsessão
Trabalho, boteco, internação

Na na na na ....

Filho, adolescência, vizinho, impertinência
Barulho, polícia, viatura
Despesa, plano de saúde
médico, doença, vida dura
Tpm, terapia, cachorro, cirurgia
Amante, domingo, temporal
Feira, mercado, negócio arriscado
Padre, missa, funeral

53. Mundophobia

Algumas músicas foram compostas ainda no Código 13 porém a banda nunca chegou a axecutá-las, aliás, os integrante desconheciam dessas autorias, já que não estavam mais tocando músicas próprias. Essa letra trata-se de um grito aos excluídos que sofrem com depressão, sindrome do pânico ou qualquer outro disturbio mental.

por Celso Montal

Se tem medo de sonhar, não sonhe
Se tem medo de tentar, não tente
Se tem medo de amar, não ame
Se tem medo de criar, invente

Se tem medo de deitar, levante
Se tem medo de doar, aceite
Se tem medo de sangrar, não sangre
Se não pode levantar, não deite

Nunca faça o que você acha que não deve fazer
Nunca saiba o que você acha que não deve saber
Só tenha muito medo de ter medo de ter medo de você

Se tem medo de cantar, não cante
Se tem medo de pensar, não pense
Se tem medo de falar, escute
Se tem medo de toda essa gente

Se tem medo de dormir, não durma
Se tem medo de olhar, não veja
Se tem medo de andar em turma
Se tem medo de ser bom, não seja

52. Nem Ordem, Nem Progresso

Mesmo em outra banda (Stigma) era difícil se libertar da ideologia do Código 13, e esta canção também deixa claro isso, ao tratar da situação do país da época, protestando contra os poderosos políticos que não respeitavam mais a própria bandeira do país, criando a desordem e evitando o progresso. Mostrava uma sociedade sem esperanças e sem motivação para construir algo na vida.

por Celso Montal e Valter Mendes

Lutar por um ideal que não sabemos o que nem por quê
Se expondo às suas ordens
Sinto muito mas de quatro vamos padecer
Velhos psicopatas estão sob um poder
Tentando nos educar
Assim como ensinam um cachorro a obedecer

Estudamos alemão, inglês, se marcar até japonês
Mas existem tantos analfabetos em português
Povo com dificuldades de aprender
É um povo sem chances de fazer um melhor
Um melhor amanhecer

Então pra que bom senso o povo vai ter
Se nem ordem nem progresso
A gente consegue entender

Me diga o que se entende
Por ordem e progresso

51. Vida

Essa canção foi escrita já nos tempos da banda Stigma, quando Valter, Ivan e Celso já não estavam mais tocando com o Código 13, mas que acabou se tornando obra do Código 13, com o retorno de Denis à banda novamente. Trata-se de uma canção sobre uma viciada em drogas, que tem sua mente dominada pelos efeitos da heroína, e claro, um protesto para que acorde enquanto é tempo. Por isso o nome Vida. Para quem assistiu "Eu, Christiane F." vai notar que seria uma boa trilha sonora para o filme.

por Celso Montal e Valter Mendes

Perdido nesse mundo você não pode vacilar
A espera do absurdo
Com os pés no chão e a cabeça no ar
Um sonho infinito, um lado obsceno anormal
Enormes sensações
Prazeres de um longo ritual

Alucinações, viagens clandestinas
Mistificações mudando sua sina

Sozinho no escuro sua mente fica a rodar
Pra sair desse mundo basta você acordar

50. Vastos Caminhos

Única composição solo de Denis Martins, também escrita durante uma aula muito chata. Denis entrou em um estado alfa-beta-gama durante a aula, o que fez surgir uma letra forte sobre os soberanos que enviam seus soldados à guerra, e ficam apenas comandando por trás de uma mesa. Inspirado na sua banda predileta, Iron Maiden, a canção se tornou o heavy metal do Código 13.

por Denis Martins

Eles não mereciam as nossas lágrimas de dor
Eles não queriam lutar pela nossa geração
As nuvens de vento espalhavam a destruição
Enquanto atrás dos castelos
As sombras da morte rumavam de norte a sul

Mas ninguém se importava com essa destruição
Queriam apenas viver, fugir pelos vastos caminhos
Num silêncio profundo da madrugada escura
Só pensavam em destruir - 3X

A vida sempre me deu o medo de amar
As noites de solidão só me levarão
A um grande refúgio que me trará paz - 2X

49. Trégua

Houve uma fase na vida de Denis e Celso a qual eles começaram a curtir punk, embalados por bandas como Garotos Podres, Lobotomia e Ratos de Porão. Nessa época surgia a primeira música Punk Rock do Código 13, o que tornou a banda um pouco mais próxima dos punks, mesmo sendo roqueiros. Foi mais ou menos como Ramones. Um monte de "cabeludo" que conquistaram a simpatia (se é que existe algum punk simpático) de alguns punks. Como a letra foi perdida durante o tempo, segue uma nova letra escrita recentemente pelo vocalista da banda, Celso Montal. O conteúdo é o mesmo que a letra original. Um protesto contra os líderes do país, políticos sujos, e o povo capitalista.

por Celso Montal e Denis Martins

Todos esses direitos pela sua liberdade
Não trazem pra tua vida maior capacidade
Poderes altruístas conquistam a desordem
Constrói a sociedade a margem do que podem
Ladrões e pervertidos sentados no poder
Não sabem o que fazem, e nem querem saber
Subúrbios esquecidos, o gueto em oração
Fiéis a um novo mundo, vivendo de ilusão


Todo povo clama por trégua
O povo clama...

Um novo holocausto nos mostra a face oculta
O povo abandonado sem forças para a luta
È hora de uma trégua, preciso respirar
Antes que seja tarde, e o coração parar
Queremos nossa vida, voltar a nossa história
Não tirem o que nos resta de dentro da memória
Eu grito para o mundo e doa a quem doer
Não vou ficar parado, não quero enfraquecer

48. Horizonte Perdido

Essa canção é uma balada bem puxada para The Smiths, e foi escrita na época em que a moda "dark", uma espécie de punks depressivos que só saíam vestidos de preto, chegava ao país. Também era uma canção de protesto ecológico àqueles que não viam que estavam aos poucos destruindo o planeta. Alguma semelhança com os dias atuais? A melodia foi inspirada em uma canção do grupo Queen chamada '39.

por Celso Montal

Um raio quando brilha no horizonte
Nos traz felicidade pelo céu
Mas quando ele foge e se esconde
Me diz que eu não posso ser cruel

Eu não consigo entender, eu não posso me enganar
Nesse mundo indestrutível
Todos ainda pensam em odiar

Tem gente que se acha inocente
Tem gente que não tem mais coração
Tem gente que já sabe disso tudo
Tem gente que não tem mais pretensão

47. Código 13 (Loucos a Solta)

Baseando-se na idéia de Sombras do Passado, Valter e Celso fizeram uma outra homenagem aos pacientes vitimas de disturbios mentais, aproveitando para levantar a bandeira contra as drogas, muitas delas com efeitos tão perturbadores que acabam levando à depressão, esquizofrenia e muitas vezes à loucura, o que selava o compromisso da banda nesta luta tão difícil.

por Celso Montal e Valter Mendes

Última noite no hospício e quem vai me segurar
Todos fogem do edifício pra se libertar
Mas como somos inocentes ninguém pode nos acusar
A verdade não tem sentido ninguém pode nos revelar

Sirenes tocam, cães latem
E só um grito no ar
Sirenes tocam, cães latem

A loucura que aqui gera nunca vai me apavorar
Pessoas homicidas estão soltas neste lugar
Tem gente usando drogas intencionados a viajar
Mas cuidado com essa viagem ela pode não terminar

46. Sombras do Passado

Baseada em uma pessoa depressiva, vitima da esquizofrenia, que vivia em seu mundinho fechado, separado da sociedade, tendo visões perturbadoras, provavelmente interno de algum Hospital Psiquiátrico.

por Celso Montal e Valter Mendes
O mistério persegue você
Mas não temos mais nada a temer
O que vemos não é tão real
Mas você não consegue mais ignorar

Tudo aqui já não é mais como era antes
Tudo aquilo que eu disse num instante
Você já não procede mais como tem que proceder
Não sabe o que fala, pois não quer me entender

45. Eterno Amanhecer

Essa canção surgiu na praia, quando Denis e Celso já havia tomado todas e mais algumas, e de frente a uma fogueira, num frio tremendo do mês de julho, decidiram fazer uma música para o Criador do Mundo. Era preciso tomar cuidado para que a banda não fosse rotulada como uma banda Gospel. Escreveram então a música para Deus, porém com duplo sentido. Quem ouve a música acha que está ouvindo uma canção de rock romântica, mas ao ler a letra, nota-se no refrão os pronomes escritos com letra maiúscula referindo-se ao Deus criador e ao eterno e prometido Paraíso. Essa canção ganhou o prêmio de 2º lugar em um Festival de Música da cidade de São Caetano do Sul, no teatro Santos Dumont.

por Celso Montal e Denis Martins
Já faz muito tempo que sonhamos
Com alguma coisa impossível
Algo que nos trará a felicidade
E a razão de termos liberdade

Já faz muito tempo que sonhamos também
Com a esperança de encontrar um lugar
Onde todos conhecem a paz
Onde eu possa ficar sozinho
Olhando pras nuvens do céu
Imaginando Você

Num lugar perdido
Onde eu possa escutar Sua voz
Sua voz
Onde eu possa escutar a Sua voz

Já faz muito tempo que esperamos por um lugar assim
Onde todos possam viver sem terem nada a temer
Onde todos saibam o que fazer e não fazer
Unindo-se ao mundo do eterno amanhecer

44. Como é Bom Tocar o Blues

Essa música surgiu de uma brincadeira. Celso Montal ao chegar no ensaio, viu Valter, Ivan e Denis rolando um "blues" instrumental. Celso gostou da melodia, criada por Valter Mendes, e no outro dia já apareceu com a letra. Uma homenagem a própria banda pela caminhada difícil de se tornar um astro do rock, e também aos pais dos músicos que compraram o primeiro instrumento, iniciando os filhos ao mundo artístico.

por Celso Montal e Valter Mendes
Tudo começou quando comprei um violão
Eu era um rapaz que só vivia de ilusão
Meu sonho era comprar uma guitarra bem legal
Do tipo Jimi Hendrix, maníaco total

Oh, Como é bom tocar o blues

Mas um dia o meu sonho logo se realizou
O meu pai ficou maluco e o vizinho se mudou
Eu comprei uma guitarra pra agitar o pessoal
E montei a minha banda que só toca no quintal

43. Cadeia Nacional

Trata-se de um protesto pelas propagandas políticas obrigatória, ou até mesmo pela obrigatoriedade dos votos, já que muita gente não sabe nem mesmo o que os políticos falam durante sua campanha. Parece que de 86 para cá não mudou muita coisa.
por Celso Montal e Denis Martins
Estava eu parado em frente a televisão
Quando de repente interromperam a programação
Eu me pergunto o que será
O que será que vai acontecer?
Quando surge mil besteiras de um indivíduo que só quer aparecer

Tento prestar atenção mas as palavras são da alta sociedade
Meu pai não entende nada mas também não vai perder a vaidade
A situação do país não me interessa e se interessa, não é pra mim
Pois na verdade é que mais cedo ou mais tarde
A humanidade não vai ser mais assim

42. Arma Fatal

Mais um grito pacifista do Código 13. Um desabafo aos noticiários que mostravam pessoas se matando, a guerra acontecendo, e a sensação de impotência que passava por quem estava assistindo a TV, vendo tantos lares destruídos, inocentes feridos ou mortos, sem poder fazer nada para ajudá-los.

por Celso Montal e Denis Martins

O tempo não passa
Fico esperando
Algo acontecer diante da TV
Nada vai mudar sobre os meus pensamentos
Guerra Nuclear, medo e sofrimento

As coisas que vejo são coisas estúpidas
Pessoas morrendo
E eu não posso os ajudar

Não vejo mais solução para esses problemas
O mundo em minhas mãos e eu não sei o que fazer

41. Duplo Sentido

Escrita logo em seguida de Reencontro. Mais um grito de alerta contra a covardia da guerra, onde soldados inocentes são obrigados a lutar por algo que não acreditam, esperando retornar ao lar, para suas famílias, com a dor de ter perdido vários amigos, e de até mesmo ter matado pessoas, muitas vezes inocentes, apenas para não morrer. Muitos soldados ficam marcados pelo resto da vida com as feridas que a guerra proporciona. Enquanto isso os poderosos fingem ter compaixão destes bravos homens que estão se arriscando pelo seu país.

por Celso Montal e Denis Martins

Somos todos iguais, somos todos da mesma raça
Vivemos com a mesma intenção
Ouvimos gritos de guerra causados pela multidão
Gritos incapazes de temer

Eu não quero mais sofrer
Isso tem que acabar
Com o tempo iremos ver
Sangue pelos campos a rolar

Não fuja da vida, amigo
Todos nós temos que sonhar
Ainda temos muito o que aprender
Que tudo tem seu duplo sentido
Tudo tem seu jeito de ser
Que o homem não se deve abandonar

terça-feira, julho 10, 2007

40. Reencontro

Primeira música romântica da banda. Influenciados pela banda U2 que surgia naquela mesma época, Denis e Celso se preocupavam em escrever letra de protestos combatendo a guerra, o preconceito, o que tornava a banda Código 13 uma banda pacifista como o U2. Reencontro era um desabafo de um soldado que havia sido convocado a se apresentar durante a II Guerra Mundial, sendo separado da mulher e filhos, com aquela sensação de que nunca mais os veriam.

por Celso Montal e Denis Martins
Fico sozinho na noite
Só pensando em você
Tudo o que pode te acontecer
Penso na vida de hoje
Em grandes, tolas invasões
Vamos abrir nossos corações

Amem àqueles que não nos ama
Pense em amar antes de odiar
Tudo na vida passa
E a gente pode ajudar
Vamos de novo nos encontrar

Minha vida não faz mais sentido
Eu não tenho em quem confiar
Nós precisamos nos encontrar
Sei que você está sozinho
Não agüenta mais esperar
Que algum dia alguém possa te amar

Venha comigo, venha se libertar
Você vai ver tudo mudar
Tudo na vida passa
E a gente pode ajudar
Vamos de novo nos encontrar

39. Mordomia

Essa música foi escrita na escola onde Denis e Celso estudavam, o velho e bom Torloni. Na época onde os dois assistiam aulas de Economia e Mercado, com um professor japonês, gago e fanhoso, a única coisa que eles gostavam era participar da PUF (Partido Unidos do Fundão) e ficavam escrevendo um monte de baboseiras, até que surgiu a idéia da primeira música antes mesmo da banda estar completa. A música falava justamente da insatisfação de estudar.

por Celso Montal e Denis Martins

Na rua eu andava sozinho
Toda noite pelo mesmo caminho
Como um animal, animal irracional
Ou como um perfeito estudante anormal

Caminhava para a escola, toda noite eu aprontava
Eu queria sair fora, estudar já não agüentava
Toda noite pela sala o diretor me perseguia
Mas agora eu larguei tudo, quero muita mordomia

Estou cansado de estudar
Estou cansado de trampar
Eu não agüento mais escola
Prefiro até pedir esmola

Meu pai tá acabado
Meu irmão aposentado
Eu também quero viver
Mordomia
Muita mordomia.

38. As Músicas

Daqui pra frente estarei publicando as músicas compostas pelos integrantes do Código 13, e contarei detalhes que só eu sei de como, onde e por quê as músicas foram feitas. Para facilitar a navegação, publicarei uma a uma, e quero deixar claro que todos os direitos de execução pertencem ao Código 13, conf. registro efetuado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro sob nº 208.169 da. Lei 9.610/98 – 20/02/98 – Seção I – Pág. 3.

sábado, julho 07, 2007

37. The Show Must Go On...

O Código 13 ainda tocou por mais 3 anos após a ultima saída de Valter e Ivan. Alexandrinho, guitarrista da banda Asa Delta ( do irmão do Denis, Davi Martins) veio tocar com o C-13 e Celso Montal assumiu o baixo e vocal. Com essa formação ainda fizeram muitos shows. Em 1993, Celso conheceu um baixista e voltou para o vocal. Cléber assumia o baixo, e foi uma fase boa do Código 13, época que as bandas de Seattle estavam fazendo sucesso aqui no Brasil, e o repertório do C-13 era todo com músicas destas bandas (Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, The Raige Against Machine, Red Hot Chilli Peppers, Temple of the Dog, etc). Em 1994 Denis decide parar encerrando assim a longa jornada desta banda que trouxe frutos maravilhosos para a vida de todos aqueles que a conheceram, mostrando a perseverança, a amizade entre os integrantes, a química que rolava quando este jovens tocavam, a conquista de novas amizades, o despertar de talentos ocultos nas pessoas que participavam dos shows, e acima de tudo, a sobriedade dos integrantes e fazer um rock and roll puro sem precisar cair no mundo das drogas.

36. Pedrão, Baterista do Stigma

Interrompo novamente a história para homenagear mais um cara vítima da violência. Pedrão, baterista que tocou no Stigma e na banda Contra Regra, de São Caetano do Sul - SP, conforme informações, foi vitima de um assalto em frente sua casa, e foi baleado e morto. Pedrão era um cara muito lega e dedicado a música. Houve um tempo em que ele foi obrigado a parar com a música por ordens médicas, devido uma forte estafa. Fica aqui mais um grito de ACORDA AUTORIDADE!!!!! Assim como o Rogério, Pedrão é mais um número neste país de impunidade. Fica com Deus Pedrão !!!

35. Stigma = Código 13

  • Stigma
    Assim que saiu do Código 13, Valter se juntou a um cara chamado Pedro (que era baterista da banda Contra Regra de São Caetano do Sul). Juntos formaram a banda Stigma, que também tinha a participação de Marcos (irmão do Tonhão) que na época estava apreendendo a tocar teclado, e Ivan que também não queria ficar parado, e foi tocar com o Valter. O Stigma ensaiava na marcenaria do Tonhão. Marcão, o tecladista, não tocava muito bem, mas segurava a base pro Valter fazer seus solos. Valter acumulava também a função de vocal, mesmo nunca ter cantado em sua vida.
  • Código 13
    Do outro lado, Denis e Celso não estavam tendo muito sucesso ao montar a banda. Chamaram o baixista e o guitarrista da banda Serpentários, que fazia cover do Iron Maiden. Os caras tocavam muito mas faltava uma coisa importante: a essência. Celso não estava se adaptando com a nova formação, e decidiu também parar.
  • Stigma
    Pouco depois, chamado pelo Valter, Celso assumiu os vocais da banda Stigma, ocasionando uma pequena desavença com seu amigo Denis. Na época a sensação era de traição. Celso compôs duas músicas com Valter: Nem Ordem, Nem Progresso e Vida.
  • Código 13
    Denis acabou ficando sem vocalista e decidiu fazer teste com alguns vocais. O melhor vocal que apareceu era uma versão tupiniquim de David Lee Roth. O cara chegou vestido de roqueiro gay e cantou duas músicas nos ensaios. Como não havia outra opção, Denis contratou o cara.
  • Stigma
    Celso, como estava no Stigma, e havia composto muitas músicas com o Denis, se via no direito também de tocar as músicas do Código 13 nos shows, o que desagradou a Denis. Foi um período difícil onde dois amigos estavam entrando em desacordo por causa de besteira.
  • Código 13
    A banda não estava indo muito bem, até que a banda Contra Regra, que estava sem baterista, pois o mesmo tocava no Stigma, chamou Denis para tocar, colocando um ponto final no Código 13.
  • Stigma
    Passado um tempo o baterista do Stigma, Pedrão, entrou em uma crise de estafa e precisava por ordens médicas, parar com suas atividades. Com a saída de Pedrão, e o tempo curando as feridas, Denis foi chamado para entrar no Stigma, o que ocasionou uma volta forçada do Código 13. Com o velho rítmo de ensaios, quem decidiu sair da banda foi o tecladista, Marcos, ou seja, a banda voltou a ser o C-13, com Celso, Valter, Denis e Ivan (tantas voltas para descobrir o óbvio: a química era importante).
  • Código 13
    A banda tocou por mais uns 6 meses juntos, mas voltando as origens, tocando somente na garagem dos pais do Denis. Até que um dia Valter e Denis, em alto nível de stress, se desentenderam, como acontece em qualquer outra banda, e acabaram se separando novamente.
  • Stigma
    Valter reativou a banda Stigma, agora com Dalmar na bateria (um amigo que estudava no Torloni), só que dessa vez com um outro vocalista. na época, o irmão do Dalmar se propôs a cantar, mas o moleque era tão ruim que era melhor que o Valter mesmo cantasse, he he he. Apesar de ensaiar na casa do Dalmar, o irmão dele foi reprovado. Apareceu um cara chamado Roberto, que trabalhava com Valter em Santo André, para os testes vocais, o que o tornou o "front man" da banda. Fizeram alguns shows com ele, mas o cara era limitado, só cantava Golpe de Estado e Cazuza, não era possível tocar um Rock´n´Roll mais pesado como Led Zeppelin, Whitesnake ou Van Halen! Nova procura por um vocalista, e encontraram um tal de Mário. O cara cantava muito, e mandava ver em sons da pesada (Led, Sabbath, Van Halen e muito Whitesnake, pois a voz do cara se encaixava bem. Em seguida houve a necessidade de um bom tecladista, e foi apresentado ao Valter um cara do Ipiranga chamado Ricardo, que tocava muito. A formação final do Stigma ficou assim: Valter (Guitarra), Ivan (Baixo), Dalmar (bateria), Mário (vocal) e Ricardo (Teclado). o Stigma durou um ano. Após esse período, Valter abandonou a música.

34. As Desavenças

Os ventos fortes começaram a tomar conta da banda Código 13. Após a falência do Sarau das Bruxas, a banda já não conseguia muitos shows como antes. Os ensaios começavam a ficar cansativos, já que os músicos não tinham mais o porquê ensaiarem. O que era antes curtição, se tornava obrigação. Os ensaios no começo era um encontro de amigos. Agora já não tinha muita gente assistindo os ensaios. Eram os quatro da banda, e de vez em quando aparecia os fiéis fãs, Galo Cego, Tonhão e Paulinho Loco. O clima começou a ficar pesado, as discussões tornaram-se frequentes. Todo esse stress e a falta de maturidade acabaram resultando na separação da banda. De um lado Valter e Ivan, e do outro Celso e Denis. O Código 13 havia perdido sua essência, o seu brilhos e dois importantes integrantes. E perdeu muito mais que isso, a coisa mais valiosa conquistada em longas caminhadas: A AMIZADE.

sexta-feira, julho 06, 2007

33. Quorus Place com IRA

Um dos melhores momentos do Código 13 foi quando Rogério conseguiu uma ponta para os caras abrirem o show do IRA em Santo André em um barzinho chamado Quorus Place, que ficava lá na perimetral. Naquela época o grupo IRA estava com um tremendo sucesso tocando as músicas que eles tocam até hoje. A mesma água com açúcar de sempre, porém a voz do Nasi, vocal do IRA era bem melhor. O Código 13 chegou no barzinho por volta das 21hs e já foram intimados logo de cara a rolar um som pro pessoal. Era só rock and roll. O pessoal do barzinho era muito exigente e pediam música atrás de música. Meia hora de show e de repente muvuca total no meio da galera. O grupo IRA acabará de chegar. Ricardo Gaspa e André Jung, baixista e baterista do IRA, ficaram no meio da galera curtindo um som, mas Nasi com um sobretudo bem "dark" e Scandurra, foram direto para a cabine do DJ e ficaram lá como duas pérolas aguardando o inicio do show. Foi uma oportunidade bem legal pro Código 13, porém a antipatia dos músicos do IRA naquela época fizeram com que os músicos do C-13 saíssem antes do show, e terminassem a noite entre amigos em um boteco da região, como já era praxe. Agora vou contar um segredo pra vocês: "EU ODEIO O IRA!!!"

32. Sarau das Bruxas

Passado algum tempo, após o final do contrato no Paralama's Bar, o Código 13 teve seu período de ociosidade, onde tocavam a apenas na casa do Denis, quando ensaiavam, o que começava a atingir um certo tédio, já que a onda de show tinha esfriado. Rogério descobriu que o Paralama's havia mudado de dono, e estava todo reformulado, com outro nome Sarau da Bruxas. Com isso, Rogério conseguiu trazer de volta a ativa o Código 13. Porém o barzinho já não era como antes. Muita gente ia no bar pra ouvir um som, mas ninguém consumia mais nada. Além de tudo, nessa época Valtão conseguiu arrumar um emprego para um amigo da banda, o Fininho, como barman e adivinha??? Muita bebida na "faixa". Acho que a própria banda contribuiu para a falência do lugar, pois o consumo de bebidas era muito grande, mas o caixa vivia baixo. Além do mais, só entrava doido no bar. Era realmente um "inferninho". Lembro-me de um cara que sempre aparecia por lá, muito louco, e que vivia importunando o pessoal da banda. E ele gostava mesmo é de pegar no pé do Valter. Chegava lá na frente do palco e dizia: "toca Pink Floyd senão eu vou dar tiro nessa porra!!!". Uma vez, o goiaba foi intimar o Fininho pra fazer uma caipirinha "na faixa". O Fininho como não era de levar desaforo pra casa preparou uma bela "caipora" com alcool Zulu 96º. E não é que o doido gostou?? Até elogiou o Fininho dizendo que ele era o melhor barman do pedaço. Depois disso o cara acabou ficando mais tranquilo e fez a maior amizade com o pessoal.

31. Surgimento de Novas Bandas

Naquela época a única banda existente no Patente era o Código 13. muita gente participava dos ensaios da banda que era realizado na garagem da casa do Denis. Muitos que por ali passaram, despertaram o interesse pela música, e começaram a partir disto, surgir algumas bandas. Bató, Jorjão e Binho, amigos do Código 13, foram os primeiros. Compraram os instrumentos e montaram a banda Faces da Noite. Logo em seguida, com a necessidade de um vocal, chamaram Davi, o irmão do Denis, para cantar na banda. Mudaram o nome para Quadro em Branco. Pouco depois Davi montou sua própria banda, a Asa Delta, com os amigos Val (bateria), Betão (baixo), e mais um vocalista, que ninguém lembra o nome. Sabemos apenas que ele parecia um gerente de banco, e adorava usar um sobretudo preto, o que o tornava meio suspeito no meio do rock. A banda Quadro em branco acabou não dando certo. Já a Asa Delta, com a saída do "Mauricinho" do vocal, Davi assumiu os vocais e colocou um garoto de 13 anos como guitarrista que freqüentava os ensaios do Código 13 com uma guitarrinha de plástico. Davi ficou com pena do garoto e o chamou para a banda Asa Delta. Resultado: Hoje em dia o "garoto" se tornou um grande guitarrista, se formou em música, e teve uma participação muito importante tanto na banda Asa Delta, como no próprio Código 13, onde tocou durante 3 anos (1991 a 1994) substituindo o guitarrista Valter Mendes.

30. A Prisão

Durante o período em que tocavam no Paralama's Bar os integrantes da banda sempre encontravam-se em frente a escola onde estudavam antes de ir para o show. Em um destes encontros aconteceu a primeira grande aventura do Código 13. Devido ao alto índice de viciados que ficavam em frente a mesma escola, a policia de vez em quando fazia "batidas" para tentar pegar algo. Durante uma destas batidas, os policiais cismaram com os músicos e parceiros do Código 13. Por que será? Será porque eram todos cabeludos? Será que é por que o Tonhão Marceneiro estava cheio de cola de madeira grudada em sua roupa? Será que os rapazes tinham cara de drogados? Puro preconceito. Como os policiais viram o carro do Denis cheio de aparelhagem e foi dito à eles que eram uma banda de rock, decidiram levar todos para a Delegacia local para averiguação. Celso, Valter, Ivan, Zé Bola, Tonhão e eu, Grog, fomos na perua da extinta Pólo da PM. Denis foi dirigindo seu carro, uma Brasília vinho, junto com um policial. Denis com toda sua calma, foi ouvindo Iron Maiden no último volume. Sorte que o PM também curtia um rock. Dentro da Pólo, estávamos todos na parte de trás. Ninguém foi algemado. De repente eis que surge nas mãos de Zé Bola uma cartela cheia de comprimidos. Todos nós ficamos apavorados. O que fazer? Se a PM pegasse aquela cartela estávamos todos ferrados. Para queima de arquivo, Zé Bola e eu Grog, decidimos que tomaríamos toda a cartela de comprimidos para livrar a cara dos rapazes da banda, afinal de contas, os caras nunca se meteram com drogas, mesmo existindo a imagem de "roqueiros serem todos drogados". Eu como fiel mascote e fora-da-lei tomei a maior parte. Chegamos a Delegacia e fomos colocados no famoso "chiqueirinho". Ali tudo rodava, tinha luzes de todas as cores, as vozes dos policiais soavam como Dart Vader de Star Wars. De repente, tive um ataque de risos juntos com Zé Bola, e lembro de por várias vezes tomar algumas botinadas dos policiais. Os quatro rapazes da banda estavam vendo tudo com cara de espanto, ao mesmo tempo, todos queriam rir da situação. Após um longo "chá de cadeira", o delegado liberou os músicos, graças a ajudinha do Jair, cunhado policial do Celso, que viu os rapazes sendo levados, pois morava em frente ao colégio. Já eu, o Zé Bola e o Tonhão Marceneiro, ficamos um pouco mais pois de acordo com o delegado, tínhamos cara de suspeitos. O mais engraçado foi quando o delegado perguntou o nome da banda: Código 13. Os policiais não agüentavam de tanto rir, sabendo que este era o código referente a dementes. Ficamos uma hora a mais no recinto por causa disso. Enquanto isso os rapazes da banda já estavam chegando ao Paralama's e ainda por cima, tomaram uma leve comida de rabo do dono do bar. O empresário veio logo perguntar o que havia acontecido. É claro que Celso, como falava demais, subiu ao palco e disse: "Galera, desculpem o nosso atraso, mas é que estávamos presos, mas agora o rock and roll vai rolar até altas horas". Eu, o Zé e o Tonhão chegamos uma hora depois. Vim carregado pois o efeito dos comprimidos ainda me davam a sensação de estar andando em cima das águas. O efeito das drogas me deixou até hoje com a língua de fora.

29. Paralamas Bar

Paralamas Bar era um barzinho de rock situado em São Bernardo. Os anos 80 foi recheado de barzinhos que tocavam rock. São Bernardo era a cidade do Rock, pois a maioria dos cidadão eram roqueiros. Rogério chegou com a noticia que havia conseguido um barzinho para que a banda se apresentasse todo o final de semana, e que iria rolar uma grana legal. Adivinha!!! Enfiaram as caras!!!!..... O barzinho ficava na Av. Prestes Maia, em um lugar isolado onde podia colocar o som no “talo”. Um palco muito pertinho da galera o que deixava o pessoal da banda muito mais próximo dos fãs. E fãs de verdade. Nessa época surgiu o primeiro Fã Clube do Código 13, com camiseta e o “escambal”. As músicas mais esperadas era, Surfin’ Bird, do The Trashman (clique na foto), muita gente pensava que a música era dos Ramones, Love Remover Machine - The Cult, e Como é Bom Tocar o Blues, do próprio Código 13. Sucesso absoluto!!! Tanto sucesso trouxe à banda um contrato de 01 ano no barzinho. Existia por lá uma bebida com o nome de “Vulcão”, que eu não sei o que colocavam nela, mas eu sempre entrava em coma alcoólico. A bebida vinha pegando fogo. Tinha que apagar o fogo e tomar em um só gole. Coisa de louco!!!! Era uma delicia, mas derrubava qualquer um. Durante um ano o Código 13 detonou aquele lugar, conquistando um público fiel e contribuindo para que o Rock permanecesse sempre em alta.

28. Rádio 97 FM

Naquela época a pioneira das Rádios Rock era a 97 FM localizada em Santo André. E por incrível que pareça uma das mais ouvidas, prova de que o Rock dominava a cultura brasileira nos anos 80. Todos conheciam o jingle da rádio, que por sinal os rapazes do Código 13 algumas vezes executaram em seu show:

“Sintonia direta, emoção tete a tete
FM Stereo, 97
ZYB 907
FM Stereo 97
A sua alternativa, ú, ú, ú
97”
Muitas vezes o jingle era interpretado tão fiel que todos achavam que a gravação original era do Código 13. Assim como a música Surfista Calhorda que também se tornou uma sombra na vida dos caras, já que também tocavam muito bem, inclusive atraindo até alguns amigos punks, coisa um pouco fora do comum, já que roqueiros e punks nunca se deram muito bem, mas até isso o Código 13 conseguiu fazer, unindo duas tribos que sempre tiveram atritos. Tudo era diversão. Tudo era música. E tudo era Rock and Roll.

quarta-feira, julho 04, 2007

27. Audição na Rede Bandeirantes

Daltony Nóbrega e Paula Marini

A primeira oportunidade de TV foi devido a uma prima do cunhado do Celso Montal que trabalhava na Rede Bandeirantes. O nome dela é Paula Marini. Como a banda já possuía uma fita demo, conseguiram através da Paula uma audição com o produtor musical da Rede Bandeirantes, Daltony Nóbrega. E lá foram os quatro rapazes em busca de mais uma oportunidade. Chegaram na emissora do Morumbi e foram recebidos pela Paula, que foi muito atenciosa e mesmo sem conhecer a banda, acreditava nos rapazes só de ouvir falar. Enquanto aguardavam a audição, assistiram a gravação de um programa infantil horripilante chamado Z-Y Bem Bom, que era apresentado pela Aretha Marcos (7) e seu irmão Rafael Vanucci(10), ambos filhos da Vanusa. A idade em parênteses é referente ao ano de 1988. Enfim foram recebidos pelo produtor que ouviu a fita demo com toda a atenção. O resultado: criticas, criticas e mais criticas e como sempre a resposta que quase todos os músicos em inicio de carreira conhecem, “no momento não estamos procurando uma banda com esse estilo, mas sua ficha ficará aqui e quando precisar entraremos em contato”. É claro que eles nunca precisaram. Mas essa tentativa de fama foi apenas pra não deixar o Celso chateado, pois ele estava entusiasmado com o fato desta “prima” apresenta-los à um produtor. A praia do Código 13 sempre foi shows. Televisão para eles era usada apenas para assistir Beto Rivera e a Capivara apresentando um programa de Vídeo Clips.

26. Show no Cameratti

Após algum tempo na estrada, a banda queria fechar um local para realizar um show exclusivo para os amigos e fãs. Como o Cameratti também possuía um espaço para apresentações, foi agendada uma data para o Código 13. Esse show foi muito legal pois deixava o público bem junto ao palco com a banda. O repertório variava entre clássicos do rock (Deep Purple, Led Zeppelin, Pink Floyd, U2), clássicos nacionais (Barão Vermelho, Capital Inicial, Camisa de Vênus, Ira, Ultraje a Rigor) e as músicas próprias. Cerca de 2:30 horas de show. O povo lá, forte e fiel até o fim. Um dos momentos mais marcantes foi quando Valter ficou sozinho no palco para um solo de guitarra. O solo deveria ter em torno de 8 minutos. Porém, enquanto Valter solava, Denis, Celso e Ivan desceram do palco e foram pro Camarin fazer o que eles mais gostavam de fazer: “tomar vinho”. Porém, notaram que o vinho havia acabado (não confundir com as bodas de Caná). O que fazer? O Valter estava no palco solando e ainda havia 5 minutos de solo. Em 5 minutos dá pra ir até a padaria, a uns 500 metros do teatro, e comprar vinho? Pois é.... Eles foram até a padaria e largaram o Valter sozinho no palco. E digo mais. Descobriram que ir a padaria comprar vinho, voltar, abrir o vinho, beber o vinho e voltar ao palco leva exatamente 22 minutos. Ou seja, público fiel é este que assiste 22 minutos de solo improvisado sem dormir, firme e forte, e ainda fazem cara de que estão gostando. Mas o show foi um sucesso!!!! Record de bilheteria e ressaca de vinho Sangue de Boi. O Valter permaneceu inteiro.

segunda-feira, julho 02, 2007

25. Estúdio Cameratti - Santo André - SP

Como todo músico, o sonho dos quatro rapazes era gravar uma “demo” (fita demonstração). Nada a ver com o Demonio. Rogério, o empresário, tinha um amigo que trabalhava no estúdio Cameratti, em Santo André. Seu amigo, nada mais que Cláudio Lutti, um dos maiores produtores musicais da época, agendou uma data para a gravação da primeira demo. O estúdio existe até hoje, e foi comprado pelo cantor Belchior. Naquela época as músicas ainda eram gravadas em fitas de rolo. A banda gravou suas primeiras músicas: Eterno Amanhecer e Sombras do Passado. Chegaram cedo no estúdio e passaram sábado e domingo gravando duas músicas. Só pra quem não sabe, quando se grava uma música, primeiro é gravado a bateria e o baixo. O vocal faz apenas a voz guia para o baixista e o baterista não perderem o ritmo. Depois disso, é gravada a guitarra base, depois o violão, e por final, a voz principal e os backin' vocals. Feita a gravação, tudo é passado pelo técnico de som que vai regular o timbre e volume de cada instrumento, a começar por cada peça da bateria. Se houvesse algum erro na música, era necessário gravar novamente. Hoje é tudo um pouco mais fácil. Existe um software chamado Pro Tools que coloca tudo no lugar. Faz a voz da Xuxa parecer Celine Dion. Mas naquela época era na raça. Tudo isso pra gravar duas músicas numa fita de rolo que durou no máximo 2 anos, pois embolorou toda.
A seguir, uma matéria que saiu a pouco tempo em uma revista da região:
Nos bastidores do extinto estúdio Camerati

“Falar do Camerati é simplesmente rememorar a era da indústria fonográfica no Grande ABC”. A definição do produtor musical César Hernandes, o conhecido CB, é parecida com a de tantos outros profissionais que tiveram a oportunidade de trabalhar no único estúdio de gravação analógica da região que teve projeção nacional.Criado no início dos anos 80 pelo compositor Claudio Lucci – duas de suas canções foram gravadas por Elis Regina (Colagem e Vecchio Novo) – o estúdio, que tornou-se selo musical, era freqüentado por grande parte dos artistas populares da época, inclusive da capital paulista. Isso porque a proposta do fundador era dar andamento a um Centro Cultural, oferecendo à população aulas de música, teatro e artes plásticas.Desta idéia nasceu a escola Violão e Cia. Lá surgiram grandes músicos como os bateristas Vera Figueiredo (fundou um Instituto para lecionar o instrumento e hoje faz parte da banda do programa Altas Horas, apresentado pela Rede Globo), Carla Dias (recepcionista e professora do Camerati), Marco Costa (atualmente toca na banda de Maria Rita) e o percussionista Da Lua (também da equipe da cantora).O baixista Celso Pixinga e o trombonista Bocato fazem parte do mesmo time, assim como uma gama de músicos de bandas independentes da região (que gravavam pelo sub-selo Garagem, criado pelo próprio Camerati) e outros artistas que lançaram seus primeiros discos pela gravadora. Entre os mais famosos estão as bandas de punk Garotos Podres e Inocentes e de rock Patrulha do Espaço e Código 13. No início dos anos 90, o estúdio abriu as portas para os grupos de pagode ExaltaSamba, Os Travessos, Toca do Coelho, Art Popular, entre outros. Os cantores solo Zé Geraldo (Poeira e Canto ao Vivo – 1988), Tetê Espíndola (Só Tetê – 1994) e Paula Morelenbaum (Paula Morelenbaum – 1992 – Independente) também gravaram pelo selo.Nesta altura, o nome Camerati já tinha grande visibilidade e mesmo sem tecnologia – os discos eram remasterizados nos Estados Unidos – atraia cada vez mais a atenção dos investidores da área, inclusive do cantor Belchior que comprou a gravadora em 1997. No entanto, seja por má administração, por não ter acompanhado a era digital ou, simplesmente, devido ao crescimento da concorrência, no final dos anos 90 a casa de cultura já não existia mais.Hoje, quem passa em frente ao terreno onde era o estúdio (na rua Padre Manuel da Nóbrega, bairro Jardim, em Santo André) encontra apenas uma árvore e muitos carros. Depois de tentativas fracassadas de transformar o local em outros estabelecimentos comerciais (danceteria, restaurante) o prédio foi demolido para dar espaço a um estacionamento.Nas lembranças dos freqüentadores, alunos e funcionários do extinto Camerati restaram apenas saudades e grandes histórias de bastidores que certamente atravessarão gerações.

24. Showmicios

Pra ver como esse negócio é antigo, naquela época já existia os chamados “showmicios” políticos. E para melhorar ainda mais, o negócio já era sofisticado. Um político fechava uma casa noturna, bancava uma festa com banda ao vivo, e promovia a cultura. Um destes políticos que não vou ousar citar o nome, porque como sou um personagem virtual, não possuo titulo de eleitor, convidou o Código 13 para uma noite de rock and roll no Duboiê Bar, um barzinho bem badalado de São Caetano. Tudo girava em prol da Cultura da Cidade. A banda tocou umas 4 músicas porque o bar estava completamente lotado. Como diz o Denis: "Tinha umas duas pessoas". Havia mais bandas do que clientes naquela noite. No final a única coisa que valeu foram as bebidas “na faixa” que foram cedidas. E tudo pela cultura, nada pela política!!!
POLITICA....BLAH !!!!!

23. Cantinho dos Fãs

A banda Código 13 durante sua jornada conquistou muitos fãs, aliás, amigos verdadeiros que acreditavam no potencial do grupo. Participavam de todos os ensaios e shows. Riam e choravam junto com a banda. E quero deixar aqui registrado o nome das figuras mais importantes que acompanharam o Código 13 em sua pequena carreira. Porém existem 3 personagens que se destacaram dentre os muitos amigos, que merecem ter uma participação especial neste blog, pois nunca, em hipótese alguma, faltaram em nenhum ensaio ou show do Código 13 e tinham uma característica que os assemelhava com os integrantes da banda: “eram todos loucos”.

Tonhão o Marceneiro

Tonhão morava dentro de uma marcenaria. Sua cara assustadora, cabeludo, bigodudo, era freqüentador assíduo dos ensaios da banda. Em seu quarto possuía muitos objetos estranhos como um semáforo que ele utilizava como abajur, placas de trânsito penduradas nas paredes e uma imensa bomba da 2ª Guerra Mundial (carregada) pendurada no teto. Não me perguntem como ele adquiriu isso. Tonhão também tinha um peru como bicho de estimação, que latia, pois cresceu junto com os cachorros. Pensa que estou brincando? O cara ficou tão puto uma vez que ligou o carro dentro da garagem e matou o peru de asfixia. Falando em carro, o único carro que Tonhão teve foi uma fusca 69 cor-de-rosa, que tinha uma direção feita de corrente de aço. Mas Tonhão era uma boa pessoa. Por incrível que pareça, não bebia, não fumava e não usava drogas. O cara era “careta” de tudo. Acho que já nasceu “muito lôco”.

Galo Cego

Galo também morava no Jardim Patente. Era o que mais acreditava na banda. Acreditava muito mais que os próprios integrantes. Conhecia todas as músicas próprias. Era o divulgador do grupo. Há uns tempos atrás, Galo sofreu um atropelamento que o deixou meio “goiaba” (um pouco mais) das idéias. Mas ao encontrar com ele na rua, continuava cantando as músicas do grupo. Infelizmente nosso amigo "galo cego" não está mais entre nós, mas onde estiver, temos certeza que estará divulgando a banda Código 13 pela eternidade.
Paulinho Loco
Personagem carismático do Jardim Patente. Existe até uma comunidade no Orkut em sua homenagem. Também não perdia um ensaio da banda. Ele levava um violão sem cordas e muitas vezes tocava até melhor que o C-13. Até hoje o cara perambula pelas ruas do Jardim Patente. Pra ele a melhor terapia era freqüentar a casa do “Sr. Diniz” (uma mistura de Denis com Luiz).

Turma do Código 13 - 1986-1989
(se o seu nome não estiver aqui, poste um comentário que logo será adicionado):

Do Patente: Elizete, Patricia, Magali, Vandréia, Bató, Chiclé, Espada, Jorjão, Regiane, Keka, Cucão, Galo Cego, Sandra (irmã do galo), Juninho, Tonhão, Marcão, Djalma, Preto, Saul (R.I.P.), Fininho, Mirão, Binho, Val, Betão, Sandrinha (irmã do Betão), Davi, Marcio Simonetti, Giba Gasparotto, Zé Bola, Mirele, Bel, Rose, e Paulinho Lôco.

Do Torloni: Maurão, Fantin, Valquiria e Neiva Redondo, Carla Fagiani, Márcia, Sandrinha Hippie, Andrea Carla (hoje esposa do Valter), Silvia, Mó, Sergio Diniz, Corneta, Carlão e Ronald Vernier, Shepa, Dalmar, e Seu Jonas.

Da Estrada: Gigi, Anderson “Repolho”, Madá, Rogério Alemi (nosso empresário - R.I.P.), Alessandra, Pardal, Denise e Priscila.

22. Os Apelidos

Como toda banda de rock que se preza possui músicos com os apelidos mais estranhos, o Código 13 também não poderia ficar para trás. Graças a um grande amigo da banda, Tonhão, o marceneiro, se encarregou de colocar alguns apelidos nos "caras". E como bom "apelidógrafo", especializado em "apelidologia", eu Grog, devo analisar cada um deles para o melhor entendimento dos fãs que nunca souberam o porquê de codinomes tão esdrúxulos.

Pintinho: carinhosamente atribuído ao vocalista da banda, Celso Montal, devido ao cabelo arrepiado e as vezes oxigenado. Há quem diga que o apelido era devido a um probleminha de fimose infantil que o vocalista carregava. Será? Bom... Muita vezes ouvi os caras chamando o vocalista de “FIFI”, huahuahuahuahua!!!!


Jamel: Este era o apelido de Denis Martins, pois a fama dele de “boca de litro” era muito grande. O negócio dele era “entortar o caneco”. E caipirinha, só se fosse com Jamel. No começo ele ficava meio nervoso com o apelido, mas depois até os pais dele caíram na festa. "Jamel, vem almoçar!!!" gritava sua mãe com todo carinho do mundo.




Bafo: Apelido de Ivan, O Bárbaro. Justamente porque por diversas vezes os caras tinham que sair do estúdio devido ao imenso mal hálito que o baixista possuía. Algumas vezes era preciso fazer gargarejo com alcool e vinagre antes de abrir a boca. Muitas garotas tiveram parada respiratória devido aos ataques surpresa de Ivan, o Bárbaro.

Toquinho: De principio todos pensam que é uma homenagem ao grande músico Toquinho, mas sabemos que Valter Mendes e Toquinho possui uma diferença muito grande. Ao ser questionado da origem deste apelido, Tonhão foi direto no assunto. Valter havia feito uma cirurgia de fimose e ficava andando de toalha dentro de casa, e a cada vez que os amigos iam o visitar, ele expunha o membro estropiado achando que possuía a 8ª maravilha do mundo, até que Tonhão disse que ficou muito parecido com um toquinho. E olha que ele era marceneiro hein!!!

Bom... falei.... Não gostou me processa!!!!!!!!! Grog Madd.

segunda-feira, junho 25, 2007

21. Lamentável Nota de Falecimento

Infelizmente preciso interromper um pouco a nossa história para dedicar estas poucas palavras ao empresário e amigo Rogério Alemi que por uma fatalidade teve sua vida tirada em janeiro de 2005, trabalhando como segurança de um quiosque em Salto, interior de São Paulo, tentando defender as três irmãs, donas do quiosque, que também foram mortas. É a violência tomando conta do planeta. Quero deixar aqui minha condolência aos familiares e dizer que Rogério foi um grande amigo que sempre acreditou no potencial da banda Código 13, além de ser um dos maiores fãs de carteirinha. Para quem foi pego de surpresa como os próprios integrantes da banda, pois essa notícia só veio a tona neste ano de 2007, deixarei publicado como forma de protesto as autoridades, a única matéria divulgada em um jornal regional pertencente a Rede Globo. Rogérião, fica na PAZ!

A POLICIA PRENDE EM SALTO SUSPEITO DE ASSASSINATO
"O crime foi neste fim de semana. Lourinaldo da Silva foi preso enquanto dormia. Ele é suspeito de ter matado a ex-mulher Silvana Bezerra da Silva de 30 anos, Mônica Aparecida Mometto de 26, a irmã de Silvana, Gislaine Bezerra da Silva de 14 anos e o segurança Rogério Alemi. O crime aconteceu num quiosque que pertencia a Silvana. Gislaine e Rogério chegaram a ser transferidos para o hospital Regional de Sorocaba, mas não resistiram aos ferimentos. Na delegacia, a namorada do segurança recebeu a notícia da morte cerebral dele. Como Lourivaldo não foi preso em flagrante, o delegado fez o pedido da prisão preventiva no fórum da cidade. Ele vai responder por homicidio doloso, quando há intenção de matar. A pena pode chegar até 30 anos de prisão. Lourinaldo da Silva vai continuar preso na cadeia pública de Salto."