sexta-feira, julho 06, 2007

30. A Prisão

Durante o período em que tocavam no Paralama's Bar os integrantes da banda sempre encontravam-se em frente a escola onde estudavam antes de ir para o show. Em um destes encontros aconteceu a primeira grande aventura do Código 13. Devido ao alto índice de viciados que ficavam em frente a mesma escola, a policia de vez em quando fazia "batidas" para tentar pegar algo. Durante uma destas batidas, os policiais cismaram com os músicos e parceiros do Código 13. Por que será? Será porque eram todos cabeludos? Será que é por que o Tonhão Marceneiro estava cheio de cola de madeira grudada em sua roupa? Será que os rapazes tinham cara de drogados? Puro preconceito. Como os policiais viram o carro do Denis cheio de aparelhagem e foi dito à eles que eram uma banda de rock, decidiram levar todos para a Delegacia local para averiguação. Celso, Valter, Ivan, Zé Bola, Tonhão e eu, Grog, fomos na perua da extinta Pólo da PM. Denis foi dirigindo seu carro, uma Brasília vinho, junto com um policial. Denis com toda sua calma, foi ouvindo Iron Maiden no último volume. Sorte que o PM também curtia um rock. Dentro da Pólo, estávamos todos na parte de trás. Ninguém foi algemado. De repente eis que surge nas mãos de Zé Bola uma cartela cheia de comprimidos. Todos nós ficamos apavorados. O que fazer? Se a PM pegasse aquela cartela estávamos todos ferrados. Para queima de arquivo, Zé Bola e eu Grog, decidimos que tomaríamos toda a cartela de comprimidos para livrar a cara dos rapazes da banda, afinal de contas, os caras nunca se meteram com drogas, mesmo existindo a imagem de "roqueiros serem todos drogados". Eu como fiel mascote e fora-da-lei tomei a maior parte. Chegamos a Delegacia e fomos colocados no famoso "chiqueirinho". Ali tudo rodava, tinha luzes de todas as cores, as vozes dos policiais soavam como Dart Vader de Star Wars. De repente, tive um ataque de risos juntos com Zé Bola, e lembro de por várias vezes tomar algumas botinadas dos policiais. Os quatro rapazes da banda estavam vendo tudo com cara de espanto, ao mesmo tempo, todos queriam rir da situação. Após um longo "chá de cadeira", o delegado liberou os músicos, graças a ajudinha do Jair, cunhado policial do Celso, que viu os rapazes sendo levados, pois morava em frente ao colégio. Já eu, o Zé Bola e o Tonhão Marceneiro, ficamos um pouco mais pois de acordo com o delegado, tínhamos cara de suspeitos. O mais engraçado foi quando o delegado perguntou o nome da banda: Código 13. Os policiais não agüentavam de tanto rir, sabendo que este era o código referente a dementes. Ficamos uma hora a mais no recinto por causa disso. Enquanto isso os rapazes da banda já estavam chegando ao Paralama's e ainda por cima, tomaram uma leve comida de rabo do dono do bar. O empresário veio logo perguntar o que havia acontecido. É claro que Celso, como falava demais, subiu ao palco e disse: "Galera, desculpem o nosso atraso, mas é que estávamos presos, mas agora o rock and roll vai rolar até altas horas". Eu, o Zé e o Tonhão chegamos uma hora depois. Vim carregado pois o efeito dos comprimidos ainda me davam a sensação de estar andando em cima das águas. O efeito das drogas me deixou até hoje com a língua de fora.

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