terça-feira, outubro 19, 2004

16. Centro Cultural São Paulo

fotos: Márcio Gonçalves

Terça Feira, 28 de outubro de 1986. Este foi um dos dias mais apreciados pelo C-13. Um Karaokê Roqueiro promovido pela Rádio USP (Radioatividade), onde a banda faria o show de encerramento junto com os Kães Vadius, banda de psychobilly da Região do ABC, e Banda Chernobyl. Foi uma grande coincidência o C-13 tocando com Kães Vadius, já que os mesmos se conheciam das baladas do ABC Paulista. O Centro Cultural São Paulo tem um palco muito "estiloso", possui arquibancadas ao redor do palco, e a banda fica no "meião" do público. Muito bem planejado. O grupo permanecia ansioso, já que no Centro Cultural somente tocavam os grandes nomes da época como Golpe de Estado, Beto Guedes, IRA!, Eduardo Dusek, Plebe Rude, Inocentes, Violeta de Outono, entre outros, e seria uma grande oportunidade de divulgação da banda, tocar neste espaço. Neste dia, teve direito até a entrevista para a Globo, pois o pessoal do Plantão SP estavam lá divulgando o evento. Só que Celso acabou perdendo de ser entrevistado, pois só daria entrevista se fosse com a banda. A repórter acabou o ignorando, e a entrevista foi pro saco. Não faz mal. O teatro lotou. Praticamente 70% eram amigos da banda. Celso e Denis haviam chegado antes para os preparativos. Valter e Ivan chegaram quase em cima da hora, e muito deprimidos, pois haviam esquecido os pedais de distorção de guitarra dentro do metrô, e os pedais eram emprestados do Davi, irmão do Denis. Baixo astral total, bem antes do show, devido às discussões no camarim, xingamentos, acusações, coisa que acontecem em qualquer família. Isso mesmo, pois os rapazes eram muito unidos, e a amizade sempre falou mais alto. Fizeram o show, numa boa. Valter acabou tocando, se não me falha a memória, com um pedal da Boss emprestado pelo guitarrista George, dos Kães Vadius. Enfim, o rosto de cada um indicava que algo havia acontecido. Para o público, estava tudo nota 10. Eu mesmo me impressionei com a performance dos rapazes ao tocarem Surfista Calhorda, música dos Replicantes, que ficou tão perfeita, que parecia que era dos caras. Até os punks viraram fãs do C-13, coisa que parecia impossível de acontecer, já que a banda era de rock, mas me lembro como se fosse hoje, os punks se esbofeteando, em uma espécie de dança do acasalamento, e os organizadores do evento, preocupados em parar o show, antes que acontecesse alguma tragédia. Como esse povo se assusta fácil! Lá fora, no final do evento, todos tentavam afogar os erros em um barzinho que tinha bem em frente ao Centro Cultural. Só na mesa da banda havia uns 30 amigos pra mais. Inclusive o dono dos pedais, que ficou por lá para dar uma força para a banda. No final tudo deu certo. Inclusive, o boteco acabou virando o novo “point” de encontro da galera do C-13.

4 comentários:

Anônimo disse...

Carambaaaaa!!

É mesmo! Nesse dia toquei com pedal emprestado dos Kães Vadius! Na foto é aquele amarelo no chão - um overdrive da BOSS.

Ivan, acho que nunca te mandei tomar no seu boga por esse esquecimento! Esquecer a caixa de pedais do David (na época era tudo emprestado) dentro do trem do metrô??

Ivan, vai tomar no seu boga!!!!!!!

Lembro que estava juntando dinheiro (descendo por trás nos ônibus, eu era mensageiro na época) para comprar os pedais do C-13 e acabei usando o dinheiro para ressarcir o David que não tinha nada com isso, a não ser ter emprestado os pedais perdidos!

Ivan, vai tomar...

Valtão

Anônimo disse...

Velho ... é impressionante como vcs lembram cada detalhe. Minha mente deve estar apodrecendo pois fico atônito ler coisas q eu nem recordava mais.
Denis

Anônimo disse...

Rapaziada, esse dia no Centro Cultural foi mesmo inesquecível.
Mas o que me emocionou mesmo foi ver o crédito da foto, eh, eh, eh...
Long Live R & R !

Marcião.

Anônimo disse...

Diz aí Marcião, tudo em paz???

Forte abraço para VC meu velho!

Valtão